Diretores do DCE da Uezo vem atuando para pressionar o governo do Estado e a universidade a garantirem as verbas necessárias para a adequação do novo campus
Por Luciano Alves Redatora: Manoela Oliveira
Foto: Arquivo pessoal de Marcos Viner
Marcos Viner e Ana Carolina Faria, diretores do DCE da Uezo
“O que temos é a ausência do sentimento de pertencimento, apesar da incorporação à Uerj.” É assim que os diretores do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Uezo Marcos Viner, aluno de ciência da computação, e Ana Carolina Faria, graduanda em ciências biológicas, se sentem. A aquisição do novo prédio para o funcionamento do campus é muito bem vinda, pois contribui para minimizar as limitações que a Uezo tem por precisar compartilhar o espaço com o Colégio estadual Sara Kubitschek.
Entretanto, o atraso no início das obras de requalificação do local para receber a instituição aumenta o sentimento de frustração da comunidade universitária, tendo em vista a ausência de verba no orçamento do governo do Estado.
Viner e Faria afirmam que a incorporação da Uezo à Uerj foi decisão acertada por diversos motivos. Antes disso, a Uezo tinha restrições devido à sua Lei de Fundação, que limitava a contratação de professores, impossibilitava concursos de dedicação exclusiva para os docentes, além de políticas de permanência estudantil precárias, defasadas em relação às que já eram praticadas na Uerj. A universidade se via isolada num espaço físico compartilhado com o colégio estadual, e a parte administrativa também era limitada, pois estava localizada em um prédio que era emprestado.
Após articulação política envolvendo toda a comunidade universitária junto à Alerj e ao governo do Estado, a incorporação veio como vitória, garantindo acesso a vários pontos que a Uezo não tinha. Uma das promessas que estava na Lei da Incorporação era a aquisição do novo prédio para funcionamento dos cursos.
A incorporação do prédio da antiga faculdade Moacyr Bastos pela Uerj gerou enormes expectativas. Primeiro, pela localização estratégica, na região central de Campo Grande, próximo à estação do trem, melhorando o acesso e a mobilidade estudantil. Segundo, porque a comunidade viu naquele imóvel, mesmo precisando de reformas, a oportunidade de melhorias na infraestrutura do campus.
Viner e Faria destacam que a Uezo está localizada em Campo Grande, o bairro mais populoso do Brasil, segundo o IBGE. O desenvolvimento do campus universitário da Zona Oeste é uma oportunidade de fortalecer ainda mais a região. A maior visibilidade da faculdade naquele local é a chance de dar destaque a cursos como farmácia, construção naval e ciência da computação. Os diretores do DCE enfatizam que esses cursos não existem em outras unidades da Uerj, têm grande procura e apresentam potencial de desenvolvimento expressivo, com a possibilidade de criação de laboratórios e unidades de pesquisa. Isso sem contar os outros cursos na área de engenharia e da biologia, os quais fazem parte de uma estrutura que já é funcional: “Não precisa começar do zero, precisa apenas potencializar”, afirmam Viner e Faria.
Quando percebeu que a entrega do campus reformado não saía do papel, o DCE começou a se movimentar para garantir a celeridade das reformas. A pressão vem ocorrendo nos conselhos departamentais, fóruns com a PR-4, Consun (Conselho Universitário) e também através de reuniões com a reitora. A direção do diretório estudantil tem entendimento sobre as restrições que envolvem a situação econômica do Estado, mas segue em busca de articulação política também junto à Alerj para que, na hora em que a verba chegar, a obra seja vista como prioridade.
Procurada, a Assessoria de Imprensa da Uerj emitiu a seguinte nota: “A Uerj realizou a limpeza do espaço e manutenção iniciais, mas ainda não há previsão para início das obras do campus Zona Oeste. A universidade também aguarda o recebimento de recursos para a realização dessas obras, que estão estimadas em R$ 50 milhões.”
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