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A perigosa sensação dos vapes

Uso de cigarros eletrônicos pelos jovens acende alerta nas universidades

Por Nuno Melo    Redatora: Maria Eduarda Galdino


Foto: Pexels/ Reprodução

De acordo com pesquisa, um em cada cinco jovens utiliza vape no Brasil


Os cigarros eletrônicos ou dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) têm preocupado especialistas devido aos seus potenciais riscos à saúde. Inseridos no mercado mundial como uma proposta de possível facilitador na luta contra o tabagismo, os vapes acabam por oferecer consequências tão nocivas quanto o cigarro convencional, estimulando o vício e renovando o negócio ao atrair os mais jovens. Apesar da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ter decidido manter a proibição do produto no Brasil, é comum perceber a presença da fumaça aromatizada sendo consumida por esse grupo em diversas situações, até mesmo no ambiente acadêmico.


“Os jovens se sentem estimulados a fumar ao ver outros fumando na internet, em eventos e na faculdade”, aponta Deborah Carvalho Malta, professora de enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ela, que coordena um estudo sobre os efeitos danosos dos cigarros eletrônicos, diz que esses artigos, com seus diversos designs, cores e sabores de aditivos, contribuem para uma iniciação precoce à cultura do tabaco e, consequentemente, a um futuro quadro de dependência. “É como se estivéssemos retrocedendo todos os passos que damos nos anos 90 e 2000 contra o cigarro, e isso é muito perigoso”, completa.


Entre os principais efeitos do consumo constante de cigarros eletrônicos, há registros de inflamações pulmonares, doenças cardiovasculares e queda na imunidade. A literatura científica alerta, ainda, sobre impactos na saúde mental decorrente do uso do produto, relacionando casos de ansiedade, depressão e estresse às sequelas da grande quantidade de nicotina liberada nos vapes. 


Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil

Consumo dentro e fora da universidade: “É como se estivéssemos retrocedendo todos os passos que demos contra o cigarro”


Dados recentes coletados pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) indicam que um em cada cinco jovens utilizam o vape no Brasil, e seu consumo é mais comum entre aqueles de idade entre 18 e 24 anos. Além da facilidade da comercialização, os cigarros eletrônicos muitas vezes não deixam cheiros nem rastros, fator que impulsiona seu uso em locais públicos. “Algo que me impedia de fumar ainda mais era justamente o cheiro que ficava nas mãos, no cabelo e nas roupas”, argumenta um aluno da Uerj procurado pelo portal do COMUNICA, e que prefere não se identificar. Em anonimato, ele revela que começou a fumar na própria faculdade e passou a ser algo constante em seu cotidiano. No entanto, reconhece os malefícios do cigarro eletrônico e diz estar em um processo de recuperação contra o vício: “Eu não cheguei a ter problemas pulmonares, os efeitos maiores são psicológicos, me sinto infeliz e ansioso toda vez que não fumo.”


O dia 31 de maio é o Dia Mundial Sem Tabaco. A data, estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987, foi criada para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Tendo em vista o panorama atual do tema e considerando sua relevância para a saúde pública, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), da Uerj, oferece tratamento gratuito para a população que deseja deixar o cigarro, tanto o convencional como o eletrônico. Referência em prevenção, pesquisa e tratamento contra as drogas, o Nepad busca frear essa calamidade que atinge não só o campus, mas todo o país.


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