top of page
Foto do escritorComunica Uerj

A conta não bate: calendário do futebol brasileiro ‘esfarela’ a parte física dos jogadores

Atualizado: 17 de out.

Lesões se tornam constantes e clubes sofrem com ritmo intenso de jogos nas principais competições do ano


Por: Víctor Affonso


A realidade do futebol brasileiro em 2024 fala por si só: o desgaste dos jogadores tem influenciado diretamente a performance dos clubes, principalmente os times da série A do campeonato brasileiro. É fato que, por se tratar de um ano no qual clubes de grande investimento como Flamengo, Vasco e Botafogo perderam peças importantes, a visibilidade acaba se tornando ainda maior. Pedro, Everton Cebolinha, Luiz Araujo, Paulinho de Paula e Júnior Santos são apenas alguns nomes da extensa lista de lesionados na temporada. Em setembro, apenas o Flamengo possuía nove desfalques,  que só não é um número maior do que os lesionados em 2022, que chegou a marca de 16.  Contudo, não é a primeira vez que o futebol brasileiro sofre com o excesso de jogos. 


Foto: Getty Images



Na série A do campeonato brasileiro, cada time joga 38 vezes por ano. A esses números é somada a quantidade de jogos da Copa do Brasil, sendo no máximo 12 partidas para clubes que entram na primeira fase. Também entram nessa conta os jogos dos campeonatos sul-americanos, que são divididos entre a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana — times que jogam a Libertadores não jogam a Sul-Americana e vice-versa. Além, é claro, dos questionados torneios estaduais e da Data Fifa, que convocam jogadores de diversos clubes do Brasil. Esses dois últimos, por sinal, estão no centro de toda discussão como possíveis agravantes da sobrecarga que os jogadores estão sendo submetidos. 

A maioria dos estudos cita que os problemas mais recorrentes são na coxa, mais especificamente rupturas e estiramentos musculares, como revela, por exemplo, o artigo sobre a incidência de lesões em jogadores de futebol proposto pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. O treino regenerativo pós-jogo, protocolo dos clubes de futebol, se torna a opção mais viável para diminuir o risco de lesões musculares. Um estudo sobre a dor muscular pós-jogo publicado na Revista Brasileira de Futebol cita a importância da fisioterapia e de uma recuperação passiva para preservar a parte física. 


Foto: Getty Images


O calendário de jogos e a busca por melhores resultados individuais e coletivos, no entanto, fazem com que muitas vezes esse protocolo seja ignorado. A quebra do treino regenerativo pela sequência de jogos ou a volta antecipada de um jogador podem causar lesões musculares ou até lesões consideradas mais graves, como é o caso do denominado “ligamento cruzado”, que muitas vezes corta o jogador da temporada.

Com o novo formato do mundial de clubes se aproximando, a perspectiva é que o ritmo seja ainda mais intenso para alguns clubes brasileiros. Além disso, a proximidade com a Copa do Mundo faz com que o número de jogos da seleção brasileira também aumente. O futebol brasileiro necessita de um intervalo maior de tempo entre os jogos. Na prática, dificilmente seria incentivado ficar mais tempo sem transmissões do esporte mais assistido do país. A conta não bate.

60 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Komentar


bottom of page