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A arte dentro dos prédios cinzentos da Uerj

Artistas uerjianos colorem a universidade de afeto e críticas sociais com seus cartuns e poesias


Por Everton Victor      Redatora: Letícia Santana, Julia Lima e Manoela Oliveira


Cartum de Elias Dias


Podemos observar a Uerj por um olhar diferente, não apenas pela sua história, seus imponentes prédios e pioneirismo em diversas áreas. Existe algo importante que pode passar despercebido: os alunos. Além de futuros profissionais, eles são artistas que enriquecem a universidade com suas expressões criativas. Cartunistas, poetas, cantores, escritores e, é claro, estudantes que contribuem com olhares, visões e pensamentos críticos através da arte. 


Para o cartunista e estudante de Letras, Elias Dias, fazer arte é viver, relacionando suas vivências acadêmicas, seus questionamentos, sonhos e suas inspirações em seus cartuns. “É a síntese de uma ideia em um desenho, que se relaciona com algo escrito. É um desafio seguir fazendo arte, ao mesmo tempo, em que ela é indispensável para que eu possa fazer todas as outras coisas.”, completa. 




Cartum de Elias Dias



As criações, através do ato de escrever e transformar sonhos e revoltas em poesia, as charges e cartuns acompanhadas de um profundo olhar sobre o cotidiano também são um desafio para artistas, que por vezes não tem um apoio. O poeta e cartunista Caio Figueiredo, estudante de história na Faculdade de Formação de Professores (FFP) da Uerj, campus São Gonçalo, sente uma dificuldade no acesso a espaços artísticos e em conseguir oportunidades. “A FFP fica muito isolada, distante do centro de tudo, meio que tudo acontece do outro lado da ponte (Ponte Rio-Niterói), até eventos culturais periféricos rolam mais desse outro lado”, explica.


Caio Figueiredo 


Para o futuro historiador o apoio entre artistas é a base que perpassa as amizades na universidade, transformando e dando significado para todo um coletivo de artistas. “A gente vai colaborando um com outro, se divulgando.”, afirma. Na sua perspectiva, essa união entre os artistas se estende não só no dia a dia da FFP/Uerj, mas também na construção artística. “A arte é coletiva, a gente tá falando da gente, mas a gente tá falando de todo mundo, a arte se constroi da melhor maneira possível quando ela é pensada de maneira coletiva, a arte é coletividade”, completa.


Esses artistas fogem do famoso estereótipo da universidade ser um espaço apenas acadêmico, de produtividade e formar profissionais, o afeto também está presente nesse espaço. Elias conta que no final de 2023 foi indicado para o troféu HQMIX, conhecido como o “Oscar dos quadrinhos brasileiros” e após entrar em contato com a comunicação da Uerj eles divulgaram, além dos próprios servidores, incentivarem as suas produções. “Tem professores, o departamento de literatura e de francês são muitos gentis, gostam do que faço, apoiam, comentam o que fiz falando em sala sobre um quadrinho ou cartum específico”, afirma.


Elias também participa de um grupo de estudantes independentes com estudantes do coletivo Rebeldia no Jornal POlítica e EMancipação, o “POeMA” que divulga obras literárias e artísticas. “É financiado pelos estudantes, tem chave Pix, os editores tiram do bolso, as edições têm sempre de 300 a 500 exemplares que são distribuídas gratuitamente”. Segundo o artista, a produção da arte está ligada diretamente com a sua existência e um modo rebeldia quanto a uma determinada estrutura social. “É uma coisa que até hoje eu não consegui viver sem, a arte me alivia, às vezes as pessoas estão muito preocupadas de interpretar a arte, o mais importante dela é a impressão que ela causa. (Escrever) É um ato de rebeldia contra um certo tipo de ordem”, relata.


O poeta e cartunista Caio Figueiredo conta que seu amor pela arte está presente na sua formação acadêmica, sua monografia na faculdade de história é sobre os quadrinhos, algo que conhece bem. “O cotidiano e a modernidade tardia são os motores das minhas tiras. Falar de arte é falar das minhas vivências”, conta.



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