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2ª Semana Nacional do Jornalismo da ABI é marcada pelo repúdio à ditadura

Defesa da democracia e a importância da Memória são destaque durante evento que ocorreu em diversos estados do país


Por Everton Victor           Redatora: Rafaela Pina



  Fonte: site da ABI

Rejane Nogueira, Luiz Tenório, Patrícia Miranda, Andréa Corrêa, Gulnar Azevedo, Chico e Chico Otávio (da esquerda para a direita)


“São feridas que não foram cicatrizadas”, afirmou a Reitora da Uerj durante a mesa de debates na Uerj sobre os 60 anos do golpe militar no Brasil. Diversas personalidades marcaram presença, incluindo o médico e militante político Luiz Tenório, a diretora da Divisão de Memória Institucional da UFRJ, Andréa Corrêa, e o jornalista Chico Otávio. Outros nomes notáveis que compuseram a mesa foram a pesquisadora Rejane Nogueira, filha de um preso político, a reitora da Uerj, Gulnar Azevedo, e a diretora da FCS, Patrícia Miranda.


Para Tenório, é necessário reconhecer a importância que grupos sociais tiveram no apoio à ditadura cívico-militar. “Falar que o golpe foi apenas militar é um equívoco. Era um golpe militar com a apoio significativo da classe média mais rica, militantes de direita, inclusive o apoio da Igreja”, afirma. Na sua perspectiva, existia um conluio internacional, apoiado pelos Estados Unidos, para retirar o presidente João Goulart, já atestado por gravações e troca de cartas, entre outros registros.


O apagamento histórico de corpos negros que tiveram papel signficado no repúdio a ditadura, e por vezes são apagados na história e no próprio resgate a Mémoria também foi destacado. “A gente tolera a tortura a muito tempo, a gente fez enquanto estrutura de Estado institucional, em colonia, o pelourinho, a gente naturalizou e tem naturalizado isso desde então e se mantém fora da discussão esse marco racial fundamental, não tem como falar em marco de democracia, enquanto a gente não se debruçar em um sistema de opressão que está aí.”, explicou a historiadora Rejane Nogueira.


A necessidade de reavaliar a memória histórica e rejeitar qualquer ressurgimento de simpatia pela ditadura foi um ponto crucial abordado durante as palestras. Algumas universidades, como UFRJ e UFRGS, já revogaram títulos de doutor honoris causa concedidos ao ditador Emílio Garrastazu Médici. A Uerj, que também concedeu o título ao presidente do período mais tenebrosa da tortura, está considerando a revogação após a criação de uma Comissão da Verdade para investigar os crimes e violações ocorridos durante a ditadura na instituição. 


A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), também organizou a 2ª Semana Nacional de Jornalismo, para lembrar os 60 anos do golpe militar que instaurou a ditadura no Brasil. O seminário, resultado de uma parceria com cinco universidades públicas, incluindo a Uerj, aconteceu entre os dias 1 e 5 de abril, com transmissão simultânea pelo canal do YouTube da ABI.


Além da própria ABI, a UFJF, UFRN, USP, Uerj e UnB sediaram o evento, que contou com a participação de figuras importantes, como torturados, jornalistas, historiadores e estudiosos da ditadura cívico-militar. A iniciativa de abordar a temática "60 anos de golpe – 1964/2024" partiu da Comissão de Educação da ABI, presidida por Vitor Iório, jornalista e professor titular da UFRJ.


 Fonte: Site da ABI

 Atentado na ABI destrói um dos andares da Associação.


A cerimônia que encerrou o evento foi realizada na sede da Associação Brasileira de Imprensa na Rua Araújo Porto Alegre, 71, Centro do Rio. O prédio histórico da Associação já sofreu um atentado à bomba que destruiu todo o 7° andar durante a ditadura militar e, até hoje, não foram identificados os autores do crime.


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