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Mães na Uerj: luta por respeito e acolhimento

  • Foto do escritor: Comunica Uerj
    Comunica Uerj
  • há 8 horas
  • 3 min de leitura

Protesto das estudantes destaca importância do apoio à maternidade na universidade


Por: Alice Moraes


Foto: Renata Mendes

Mães universitárias em concentração, no pátio da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (Febf ), ocorrida no dia 15 de maio
Mães universitárias em concentração, no pátio da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (Febf ), ocorrida no dia 15 de maio

Na última quinta-feira (15), mães de todos os campi da Uerj se reuniram em um protesto pacífico, a fim de lutar pelos seus direitos como mães universitárias e pelo fim do assédio materno. Na concentração, foram expostos cartazes com frases como: “Mães FFP na Luta!”, “Chega de assédio materno!” e “A universidade é lugar de acolhimento!”. 

Ocorrido na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (Febf), em Duque de Caxias, o ato pedia por maior acolhimento, respeito e compreensão para as estudantes que são mães. Entre os desafios enfrentados por essas mulheres estão a evasão, a falta de profissionais capacitados para receber suas crianças na universidade e a falta de salas para amamentação. 


O Coletivo de Mães da Uerj, fundado em 2023, é um projeto com a intenção de acolher essas alunas. O Coletivo não faz parte apenas do campus Maracanã, mas de todos os campi da Uerj. O programa organiza eventos para as crianças, reuniões para as mães e propõe um ambiente de escuta e troca de experiências. Além disso, oferece auxílio de permanência estudantil e foi responsável pela instalação de alguns fraldários nos banheiros da Uerj. Os fraldários, no entanto, estão longe de ser a única forma de construir um ambiente inclusivo para as mães universitárias. 


Renata Mendes, de 25 anos, é estudante de Pedagogia e mãe solo do menino Theo, de 2 anos, e reforça: “Enfrentamos, na Uerj como um todo, a não permanência estudantil materna.” Sobre o que poderia ser feito para atender melhor às mães, ela listou: “Precisamos de espaços de aleitamento. Hoje, contamos com apenas um na Uerj (Maracanã), no andar de Direito, mas não contempla todo mundo. Lá tem trocador, tem poltrona para amamentação, mas o ideal seria uma sala ampla de aleitamento.” 


Falta, também, um local dedicado às crianças, onde profissionais capacitados poderiam cuidar delas enquanto as mães estivessem em aula. Quanto a isso, Renata afirma: “As infâncias existem dentro da Uerj. Esse espaço seria preparado para as crianças e promoveria a permanência estudantil materna, porque, muitas vezes, faltamos a aulas e perdemos prova por não ter alguém para ficar com nosso filho.” Ter um espaço dedicado às crianças deixaria as mães mais tranquilas, em saber que, enquanto elas assistem às aulas, seus filhos estão seguros nessas salas.


De acordo com Renata, as mães também lutam pelo aumento no limite de faltas para 25% das aulas. É necessário, também, que os atestados médicos – que comprovam que as crianças estão doentes – sejam aceitos, para abonar as faltas das mães, pois nesses casos, elas necessitam ficar em casa para cuidar dos pequenos. Somente neste ano, a Uerj já teve 25 casos de assédio materno. O apoio dos docentes às mães é essencial na construção de uma rede de acolhimento dentro da instituição. 


Ao ser perguntada sobre os desafios que já enfrentou ao trazer seu filho para a Uerj, Renata relatou: “A falta de fraldários da época, os olhares nos corredores e as falas atravessadas, que, querendo ou não, magoam. Nenhuma mãe queria estar com seu filho dentro da universidade, mas é uma necessidade que a gente enfrenta.”


No momento em que engravidou, Renata quis trancar o curso, mas foi incentivada a não desistir, graças ao apoio psicológico que recebeu do Departamento de Acolhida, Saúde Psicossocial e Bem-estar (Daspb), vinculado à PR4. Os encontros mensais foram como uma válvula de escape, um espaço acolhedor, que foi importante para a permanência de Renata e de outras alunas mães. 


As mães da Uerj merecem ser apoiadas e sua voz deve ser ouvida. Renata complementa: “Estamos aqui e vamos permanecer.” Um lema das mães uerjianas é: “Criança na sala, diploma na mão”. É importante destacar a força e a determinação dessas mulheres, que lutam por um ambiente mais acolhedor na universidade. As mães universitárias são exemplos de perseverança, e espera-se que suas demandas sejam atendidas e que recebam o apoio necessário. 


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