Atividade física para todos: exercícios gratuitos na Uerj

Conheça o programa de extensão que ajuda a melhorar a qualidade de vida dos pacientes 

Por Alice Moraes

Imagem: Freepik

O Práticas Corporais de Saúde (Pracorsau) é um programa de extensão do Instituto de Educação Física que engloba projetos de exercício físico gratuito para a comunidade interna e externa da Uerj. “Eu fazia acompanhamento para fibromialgia no Hospital Universitário Pedro Ernesto, e eles me encaminharam para cá em 2014”, relatou Maria da Penha Bernardo, de 57 anos, que participa dos exercícios para quem tem aquela síndrome. 

De acordo com Joyce Carvalho, coordenadora do Pracorsau, o programa foi criado em 2014 através do Ato Executivo AE-030/Reitoria/2014, com o objetivo de promover ações de grupos de estudos, eventos de extensão, palestras e pesquisas acerca das práticas corporais de saúde.  As aulas oferecidas são gratuitas, realizadas por professores de Educação Física, duas vezes por semana, com duração de uma hora. As atividades incluem exercícios aeróbicos, de força e alongamento. Para participar, o paciente deve apresentar atestado médico e avaliação cardiológica que inclua teste ergométrico – exceção para as gestantes.

Os exercícios físicos gratuitos não contemplam apenas quem tem fibromialgia, mas atendem a diferentes grupos. Gestantes e  diabéticos também podem realizar atividade física específica pelo Pracorsau. Além disso, o programa oferece serviços para pacientes que possuem hipertensão arterial, doenças raras, multimorbidades e obesidade. 

Maria da Penha conta que as aulas ajudam a aliviar as dores e proporcionam amizades. Nissea Barcelos, de 73 anos, conheceu Maria da Penha nos exercícios adaptados para fibromialgia. Quando chegou ao programa, Nissea enfrentava dificuldades por causa da dor. Mas, ao conhecer a aula, seu sofrimento teve alívio e ela encontrou uma comunidade acolhedora. Ela citou o carinho da equipe ao receber os pacientes para a atividade física. Isso foi algo essencial no bem-estar dela. 

“Quando eu vim, cheguei muito mal. Me sentia deprimida por não conseguir nem escrever. A dor era tanta que eu me isolava”, admitiu Nissea. No entanto, as aulas no Pracorsau e o apoio que recebeu impulsionaram sua autoestima. As amizades que fez durante as atividades físicas também contribuíram para levantar sua alegria. Por causa das aulas, Nissea afirma que conseguiu socializar mais. 

Sobre a quantidade de pessoas na turma, Nissea relatou: “No começo só tinha três pessoas, e os professores davam a aula só para nós. Mas, agora tem bastante. Duas turmas.” Maria da Penha informa que pessoas de vários lugares vêm para participar dos exercícios: “Tem gente de Petrópolis que vem fazer atividade aqui, porque é o único lugar que tem esse tipo de tratamento. Tem também uma pessoa que mora em Nova Friburgo.” 

Maria conta que há novatos chegando à turma e que os alunos mais antigos estão ajudando a recebê-los de forma acolhedora. O Pracorsau é fundamental na saúde dos pacientes a que atendem e não é apenas esse o papel do programa. Os exercícios físicos também podem ter resultados positivos na autoestima, no amor próprio e na felicidade dos pacientes. Na qualidade de vida no sentido físico e mental. 

Para Joyce, é gratificante atender ao público interno e externo por meio do Pracorsau. Ela reforça: “Os projetos de extensão contribuem para diminuir o comportamento sedentário, melhorar a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos atendidos. Buscamos oferecer o melhor atendimento, adequado para cada condição, respeitando os princípios fisiológicos e filosóficos do treinamento físico.” 

Ela ainda explica que o exercício físico pode ser aplicado como intervenção para promoção de saúde, prevenção de doenças através do controle de fatores de risco e no tratamento de um número cada vez maior de condições clínicas.