top of page

COP30: alta nas diárias de hotéis gera insatisfação

  • Foto do escritor: Comunica Uerj
    Comunica Uerj
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

Preços extorsivos da rede hoteleira de Belém ameaçam esvaziar COP30

Por: Carlos Roberto



Reprodução: Agência Pará

Vista aérea da cidade de Belém, sede da COP30
Vista aérea da cidade de Belém, sede da COP30


A Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas está marcada para os dias 10 a 21 de novembro em Belém, mas a crise se instaurou há cerca de quatro meses antes da realização do evento diplomático. Os valores cobrados por hospedagem na capital do Pará assustam e geram revolta: um apartamento de somente um quarto anunciado por R$ 1 milhão, uma casa simples no bairro nobre avaliada em R$ 1,21 milhão, e R$ 6,5 mil por uma diária em um hotel que não oferece as mínimas condições para exigir esse valor, que representa mais que o dobro do custo de hotéis de luxo em Nova York, uma das cidades mais caras do mundo. Preços elevadíssimos e um modo de operação que foge da normalidade.

Se por um lado as delegações apelam para a resolução do problema, alegando a não participação ou a redução de suas equipes, por outro o governo não consegue encontrar uma solução. O termo que visa a regulação dos preços segue sem assinatura. Talvez o custo de impressão do papel também tenha sofrido um salto em meio a esse disparate. Ficou evidente que o lucro é mais importante, pondo em xeque a urgência do debate das mudanças do clima. O meio ambiente tem pressa. Entre promessas e falta de consenso, a crise especulativa cresce sem precedentes, o que vai na contramão da lógica da sustentabilidade: não se pode pensar nesse assunto enquanto o capital for a peça dama do tabuleiro.

A Rio-92, ocorrida no Rio de Janeiro, consagrou um conceito importante, mas que se perdeu na COP30: reconheceu-se a necessidade de os países em desenvolvimento receberem apoios financeiro e tecnológico para avançar na direção do desenvolvimento sustentável. Sem a presença desses países, o debate científico corre sério risco. A presença deles é tão importante quanto a dos países desenvolvidos, majoritariamente responsáveis pelos danos ambientais.

O oportunismo não deve sobrepujar o compromisso máximo da cooperação. Assim como a Secretaria Nacional de Direitos do Consumidor (Senacon) notifica o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) com a premissa de “garantir que um evento da dimensão da COP seja também um espaço de justiça econômica e respeito aos consumidores”, a justiça social somente se faz com a presença de todos os signatários.



Comments


bottom of page