Foto: Diego Figueiredo
Alunos uerjianos convivem com a insegurança da falta do auxílio transporte.
Por Diego Figalva
Quando se é um jovem periférico, o desafio universitário começa muito antes de pisar em uma universidade. A insegurança com a disponibilidade de tempo para poder estudar e trabalhar, os longos percursos com meios de transporte em péssimas condições e a incerteza de que os auxílios estarão garantidos no próximo mês.
Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, existem dois tipos de auxílios: o Passe Livre Universitário e a bolsa mensal de R$ 300. O passe livre não é nada abrangente para a maior parte da população discente da Uerj, pois só funciona para quem é morador da cidade do Rio de Janeiro e está disponível apenas para uso em ônibus, VLT e BRT. A comunidade de alunos que residem em outros municípios, como Niterói, São Gonçalo e Baixada Fluminense, necessita da bolsa de R$ 300 para conseguir ter acesso a sua faculdade e poder consumir cultura e aprendizado nas travessias pela cidade do Rio. O valor da bolsa muitas vezes não é o suficiente para contemplar todo o mês do aluno, somando isso com a insegurança de que a qualquer momento o auxílio transporte (ou qualquer outro) poderá ser destituído por mudanças políticas, impede que diversos alunos periféricos, cotistas e em situação de vulnerabilidade social possam ter acesso a uma educação profissionalizante.
O auxílio transporte chegou à Uerj como uma medida provisória e emergencial devido à decisão da prefeitura de abolir o Passe Livre Universitário, e o tornou definitivo a partir do ano de 2022. Porém, com a renúncia do reitor Ricardo Lodi e a presença de Claudio Castro como governador do estado, muitos alunos temem perder os auxílios que conquistaram com muita luta e mobilização. Retirar o direito dos alunos de pisarem, frequentarem e usufruírem da Uerj é inaceitável. Contem comigo como um porta-voz da luta da comunidade uerjiana.
Comments